O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, deve encaminhar nesta sexta-feira ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) seu parecer sobre o pedido de revogação da prisão protocolado pela defesa do governador cassado do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido).
Gurgel já sinalizou que deve defender a manutenção da custódia. Segundo ele, a decisão da Justiça Eleitoral local de determinar a perda do mandato do ex-democrata por desfiliação partidária não altera o cenário porque Arruda ainda é capaz de "interferir" nas investigações sobre o esquema de corrupção no DF.
O ministro Fernando Gonçalves, do STJ, pediu a manifestação do procurador antes de levar o caso para análise da Corte Especial do tribunal.
"Ainda temos necessidades de produzirmos algumas provas e ele pode interferir mesmo fora do governo. Quando concluir as investigações, o Ministério Público será o primeiro a requerer a soltura de José Roberto Arruda", disse Gurgel.
Ontem, o procurador-geral da República se posicionou contra a concessão da prisão domiciliar para o governador cassado. Para Gurgel, a prisão domiciliar, solicitada ontem pelos advogados, seria o mesmo que colocar Arruda em liberdade.
Segundo o procurador, em liberdade, o governador cassado ainda tem condições de influenciar na produção das provas do esquema de arrecadação e pagamento de propina.
"Eu descarto a prisão domiciliar. A prisão domiciliar seria inócua. Ela corresponderia à soltura porque ele teria as mesmas condições de tentar influir na produção das provas", disse.
Os advogados do governador entraram anteontem com um pedido de prisão domiciliar para Arruda enquanto o STJ não analisar o pedido de liberdade.
A defesa alega no pedido de prisão domiciliar que a custódia deixou a saúde de Arruda debilitada, e agravou o quadro de diabetes e pressão alta.
FONTE: FOLHA ONLINE
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